Há certos fatos que superam qualquer ideia de romantismo que possa aparecer na ficção. A história de Laura Mae David Burlingame, de 90 anos, é um destes casos.
Na década de 1940, ela namorava o oficial Thomas Jones – ela era líder de torcida e ele jogava basquete, na mesma escola; foram, inclusive, ao baile de formatura juntos. Como é de conhecimento geral, além de todos os estragos que uma guerra causa, houve ainda a separação de muitos casais, dentre estes, Thomas e Laura. Aos 22 anos, no entanto, o apaixonado oficial escreveu um “último pedido de vida” em seu diário, enquanto lutava no Pacífico Sul: que quem quer que o encontrasse, o devolvesse a seu grande amor, Laura. No entanto, o último pedido do soldado demorou quase 70 anos para se realizar.
Quando olhou a vitrine de um museu, a idosa encontrou o diário que havia dado para o seu amado e reconheceu-se na foto que estava exibida. Emocionada, ela foi ao museu, em busca de uma foto de Jones e acabou descobrindo um registro do romance de tantos anos.
“Eu pensei que poderia encontrar fotos dele e dos companheiros que serviram na guerra com ele, e artigos sobre o local onde eles serviram” revelou Laura Burlingame.
Para se ter uma ideia do quanto é raro acontecer um evento como este, de Laura, já fazia 17 anos desde a última vez que alguém se reconhecera em algum objeto do acervo. Descobriu-se, então, que o diário de “Tommy” (como ela se refere ao antigo namorado, com carinho), tinha sido entregue à irmã e, em seguida, ao sobrinho, que entregou-o ao museu em 2001. O motivo de nunca ter ido parar nas mãos de Laura foi o fato de que ela tinha se casado e houve receio por parte dos jones de que pudesse, de alguma forma, afetar negativamente o casamento dela. Inclusive, o soldado e o marido eram amigos.
Após ler o diário, a senhora ficou profundamente tocada com a quantidade de vezes que foi lembrada por Thomas, com o carinho expresso nas anotações e cartas enviadas a ela e aos pais. O museu se prontificou a oferecer a ela uma cópia digitalizada do diário e, finalmente realizar o sincero e apaixonado último pedido do jovem de 22 anos morto em 1944:
“Todo o meu amor para Laura, por quem o meu coração está completamente preenchido. Então, se você tiver a chance, por favor devolva o diário a ela. Estou escrevendo isso como meu último desejo”
vale pontuar: muitas pessoas falam do fato de ela ter se casado logo depois que o amado partiu etc etc. Enfim, a gente desconhece a história e os motivos dela. Mas, vale pontuar que, naquela época, a mulher não tinha muito direito de escolha. Então, antes de tirar dizermos coisas precipitadas, vale se atentar ao contexto da época e as possibilidades.
Postagem: Mirely Nathany
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